O popular
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De olho em 2014, o governo estadual reforçará no ano que vem estratégias para implantar uma agenda positiva e retomar a popularidade no interior. Além da busca por aproximação com os prefeitos através de reuniões no Palácio das Esmeraldas desde o fim das eleições, o governador Marconi Perillo (PSDB) anunciará pacote de investimentos esta semana e ressuscitará em 2013 o programa Governo Itinerante.
As edições do próximo ano serão mais amplas e com maior estrutura, diz o secretário de Articulação Institucional, Daniel Goulart, responsável pela preparação da agenda do Governo Itinerante. O Orçamento do Estado para 2013, que tramita na Assembleia Legislativa, reserva R$ 25,3 milhões para o programa.
O governo já solicitou a todas as pastas de primeiro escalão um planejamento do que é possível oferecer aos municípios e regiões contempladas com o Governo Itinerante. A previsão da Searti é que o programa tenha início em janeiro, possivelmente por Rio Verde. “Antes fazíamos o programa, o governador ia à cidade e, ao final, só ficava a poeira. Agora nossa preocupação é em deixar benefícios e ações nos municípios. Deixar uma marca”, diz Daniel.
A passagem do governador pelas cidades inclui também reuniões com segmentos organizados e entidades das regiões. Junto com a Searti, a Casa Civil, responsável por convênios com as prefeituras, participa da definição da programa e da agenda. A abrangência de serviços será maior, segundo os auxiliares do governo.
Para a manhã de terça-feira, o governo prepara grande evento no Centro Cultural Oscar Niemeyer para assinar ordens de serviço de novas obras de recuperação de rodovias e pavimentação urbana (leia reportagem nesta página). Trata-se da destinação dos recursos do empréstimo de R$ 1,5 bilhão, obtido junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O governo articula ainda outros dois empréstimos: de R$ 637 milhões para quitação de dívidas, Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) e Saneago e de R$ 1,5 bilhão para rodovias e outros investimentos.
Por trás das ações está a decisão do governador de disputar a reeleição em 2014, depois da avaliação de que a poeira de desgastes baixou e há tempo para recuperar a popularidade. A crise política provocada pelo caso Cachoeira afetou o governo no momento em que a intenção era superar as dificuldades do primeiro ano de gestão.
Sob argumento de problemas financeiros, o governo praticamente não andou em 2011, se mantendo longe do cumprimento das promessas de campanha. Houve também a questão da Celg, em que o acordo só foi fechado no final do ano. “2012 será o ano da superação”, repetia o governador em dezembro. Os desdobramentos da Operação Monte Carlo, além de questões ainda não destravadas pelo governo e desgastes com categorias de servidores, impediram uma agenda positiva.
Embora o governo repita que houve avanço em todas as áreas, especialmente na recuperação de rodovias e no setor de Educação, o lançamento do Plano de Ação Integrada de Desenvolvimento (PAI) mostrou a preocupação em correr contra o tempo para conseguir cumprir promessas de campanha e garantir investimentos para questões prioritárias.
Resultado da crise política, a popularidade do governador caiu consideravelmente em Goiânia, onde a resistência ao tucano já era grande – ele perdeu a eleição na capital. As pesquisas realizadas no período eleitoral mostram que Marconi perdeu força em parte das cidades importantes do Estado.
Pesquisas internas do governo mostram melhora na imagem do tucano, o que o empolgou a começar a trilhar o caminho para a reeleição. Com o enterro da CPMI) do caso Cachoeira, a tropa governista se anima ainda mais. Apesar da previsão de que o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG) apresente relatório com pedido de indiciamento do governador e de auxiliares e ex-auxiliares do governo, a avaliação no Palácio é de que não haverá fatos novos, o que facilitaria o processo de recuperação da popularidade.

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