O Indicador Social de Desenvolvimento dos Municípios (ISDM) goianos aponta que ficou estagnado durante uma década. O índice obtido por pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas, mostra que Goiânia retroagiu entre 2000 a 2010. O Estado permance em 9º lugar no âmbito nacional e a capital caiu da 7º para a 8º posição. O estudo foi elaborado com base no IBGE e dos ministérios da Saúde e Educação. 

Veja abaixo uma reportagem feita pelo "O Popular" retirada na íntegra.

O indicador é composto por cinco quesitos: Habitação, Saúde /Segurança, Renda, Trabalho e Educação. Cada um deles é composto por diversos subitens que somam, ao todo, 28 indicadores. Somados, os 246 municípios do Estado apresentaram melhora em Renda, Trabalho e Educação e pioraram nos conjuntos de indicadores que compõem Habitação e Saúde e Segurança, cujo único indicador é taxa de homicídios.

Apesar de não apresentarem melhora, os números dos municípios goianos e da capital estão acima da maior parte e da média do País. A média geral considerada no estudo é 5. Ao cruzarem os dados dos ministérios e do IBGE, os pesquisadores descobriram que, tanto em 2000 quanto em 2010, 40% dos 5.565 municípios do País obtiveram valor próximo a 4.

Melhoria

No quesito Trabalho os municípios goianos avançaram da 19ª posição, em 2000, entre as 27 unidades federativas, para 11º lugar em 2010. Foi também a maior variação na nota concedida pela soma dos indicadores: 3,6. Para chegarem à média os pesquisadores consideraram Taxa de Ocupação e Taxa de Formalização dos trabalhadores além da Taxa de Trabalho Infantil.

A Renda do cidadão goiano também melhorou - 0,1 ponto. O Estado ocupa a 6ª posição no País. O quesito é composto pelos indicadores Extrema Pobreza (derivado do Bolsa Família, com famílias cuja renda é R$ 70 per capita) e Pobreza (igual ou inferior a R$ 140 per capita). No sumário executivo do estudo, os pesquisadores escrevem que um terço dos municípios goianos “apresentaram desempenho acima da média do Brasil em 2010”.

A capital também mereceu destaque: “A cidade de Goiânia teve um desempenho superior às médias estadual e nacional, tanto no ISDM, quanto em todas as dimensões que o compõem, merecendo destaque o desempenho da cidade nas variáveis referentes às dimensões Educação e Renda”.

Em 2010, 3,3% da população goianiense estavam abaixo da linha da extrema pobreza, enquanto 9,3% da população brasileira encontravam-se nesta situação, revela o estudo. A porcentagem da população abaixo da linha da pobreza foi de 5,7% em contrapartida a 17,6% no Brasil.

Crescimento social não acompanha alta da economia 
O professor e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás, Aristides Moysés, afirma que, com base nos dados do Indicador Social de Desenvolvimento dos Municípios (ISDM), “em uma década a sociedade goiana e goianiense ficaram estagnadas”. “Não avançamos naquilo que mais interessa ao ser humano: o seu desenvolvimento social.”

Aristides Moysés afirma que “existe uma onda de grande otimismo no que se refere ao desempenho da economia goiana, conforme mostra a variação do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado recentemente indicando que a economia goiana ‘cresceu 4,4%, no segundo trimestre deste ano, na comparação com igual período do ano passado, voltando a superar a média nacional no período que ficou em 0,5%’”.

Os quesitos de Renda e Trabalho, nos quais os municípios goianos tiveram pequena melhora de desempenho no ISDM, influenciam diretamente no cálculo do Produto Interno Bruno (PIB). “Vale lembrar que o PIB é um indicador que manipula variáveis apenas econômicas e não releva o fato desta riqueza estar ou não concentrada”, afirma Aristides Moysés.

O pesquisador afirma que o ISDM expressa melhor o desempenho de uma sociedade. “Os números indicam que as variações positivas no quesito renda, trabalho e educação são insignificantes para o Estado de Goiás, e, para Goiânia, os indicadores de renda, habitação, trabalho e educação são piores ainda.”

Reflexos

O professor e pesquisador diz que nem sempre a pujança econômica expressa a existência de uma sociedade mais saudável. “Arriscaria dizer que esta estagnação do ponto de vista social está sendo refletida no aumento crescente do tráfico de drogas e, consequentemente, no aumento da criminalidade que tem se revestido de grande crueldade.”

Ele avalia que a divulgação do indicador “chega num momento importante para desnudar o discurso político que não resiste à realidade”.

Cavalcante tem o pior indicador de todo o Estado

Cavalcante, município com 9.429 habitantes, localizado 510 quilômetros ao norte de Goiânia, tem o pior Indicador Social de Desenvolvimento dos Municípios (ISDM) do Estado: 3.10. A cidade está quase dois pontos abaixo da média do País, 5.
A comunidade é a última colocada, entre os 246 municípios goianos, nos quesitos Habitação e Educação e ocupa a 3ª pior posição quando o assunto é a renda dos moradores. “Este município ficou entre os 16% dos municípios brasileiros com mais baixo desempenho no ISDM”, escrevem os pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no sumário executivo do estudo. A população de Cavalcante está dividia ao meio entre urbana e rural. Em 2010, “nenhum habitante vivia em domicílio que possuía esgotamento sanitário integrado à rede geral ou do tipo pluvial”. Mais da metade da população brasileira tem acesso a este serviço sanitário básico.

Em contraponto à capital do Estado, Cavalcante tinha 29,6% de adultos analfabetos. O número é considerado pelos pesquisadores da FGV “substancialmente superior” em relação à média do País, de 10%. Por outro lado, no quesito Saúde/Segurança, em que Goiânia piorou 1,7 , a cidade do norte do Estado se sai bem: 5,44.

Cai porcentual de goianos morando em casa própria

A média dos municípios goianos e da capital caiu no quesito Habitação, composto por serviços básicos que devem ser fornecidos pelos poderes públicos, como Coleta de lixo, Energia Elétrica, Água Canalizada e Esgotamento Sanitários. Completam o índice a quantidade de pessoas com Domicílio Próprio e a Densidade de moradores por cômodo usado como dormitório.

Os dados mostram que, na média geral do Estado, os serviços básicos melhoraram. O porcentual de pessoas que vivem em domicílio que é próprio de algum morador (já pagos ou ainda pagando) foi o responsável por puxar o quesito para baixo. Em 2000, este índice era de 69,74%. Em 2010, caiu para 66,28%.

Esgoto 
Em Goiânia também houve redução no número de pessoas que moram em casa própria de algum dos residentes: de 67,81% em 2000 para 61,84% em 2010. A capital também teve redução na proporção de pessoas que vivem em domicílio com esgotamento sanitário do tipo rede geral de esgoto ou pluvial: de 74,24% em 2000 para 67,4% em 2010.
Destaque na erradicação do analfabetismo

Apenas 147 dos 5.565 municípios do País estão à frente de Goiânia quando o assunto é erradicação do analfabetismo. Dados do Indicador Social de Desenvolvimento dos Municípios (ISDM), organizados por pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostram que 3,3% dos adultos residentes na capital são analfabetos. A média do Brasil é 10%.

Entre adolescentes (de 10 a 14 anos), o desempenho se repete: 1,1% dos goianienses nesta faixa etária são analfabetos. No País, a média é de 3,5%. Embora seja apontado pelos pesquisadores como destaque, o quesito

Ainda que se destaque, por ser um município de grande porte, Goiânia não é a primeira colocada do Estado em nenhum dos cinco quesitos medidos no ISDM (Habitação, Renda, Saúde e Segurança, Trabalho e Educação).

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