A suspensão de cursos voltou à pauta da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Uma comissão formada por membros da academia realiza estudos para reorganizar o conjunto de cursos oferecidos pela instituição e essa hipótese ainda é levada em conta. A conclusão do trabalho deve ser apresentado à comunidade universitária até junho do ano que vem, quando poderá haver fechamento ou transferências cursos entre unidades da UEG.

O reitor da universidade, Haroldo Reimer, afirmou que os estudos começaram em maio desse ano. “O resultado vai subsidiar a decisão do Conselho Universitário, que é a instância dentro da UEG com autoridade para abrir ou fechar cursos”, disse. Recém-empossado no cargo, Reimer informa que o leque de opções que a instituição oferece aos estudantes será reestruturado, com a possibilidade de suspensão temporária de alguns cursos “a partir das demandas da sociedade”.

Essa intenção já foi cogitada anteriormente. Em setembro do ano passado, uma outra comissão composta por membros da UEG, da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Sectec) – pasta a qual a universidade está jurisdicionada – e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), além de outras representações, elaborou um documento sugerindo extinção de seis cursos e a transferência de outros 24 entre as unidades.

A proposta não teve resultados práticos e foi barrada pelo governador Marconi Perillo, diante da repercussão. Nos bastidores, o governo ainda nega a possibilidade de fechamento dos cursos, mas o POPULAR apurou que a intenção é reduzir o tamanho da universidade. Mas não se sabe como, pelo menos por enquanto. A UEG possui 42 unidade e tem 136 cursos regulares em todo o Estado.

Entre os pontos analisados pela comissão estão critérios econômicos. A equação é difícil de fechar. Ao mesmo tempo em que levantamentos apontam para vagas ociosas e alto índice de evasão de alunos em vários cursos oferecidos no interior, também há ganhos econômicos. A UEG está vinculada diretamente à circulação de dinheiro nas cidades menores, com a presença de centenas de estudantes e professores que se estabelecem nesses locais.

A Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Goiás (Adueg) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) são contra a ideia. “Os problemas da UEG não serão resolvidos com intervenção ou fechamento de curso. Precisamos de autonomia política e aumento do orçamento”, disse o presidente da Adueg, Emerson Oliveira.

Outro motivo para a posição do DCE e a Adueg foi o modo como a proposta foi formulada, em 2011. As duas entidades reclamaram que a comissão era ilegal, pois feria a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). De acordo com a legislação, somente os colegiados das universidades podem propor o fechamento e a abertura de cursos nas universidades. A mesma lei assegura que os docentes devem ocupar 70% das representações em comissões nas universidades, o que não ocorreu. Na ocasião, a UEG estava sob intervenção estadual.

Uma proposta de reformulação da estrutura de cargos e salários também está prestes a ser anunciada. As mudanças estão em análise pela Junta de Programação Orçamentária e Financeira (Jupof), composta por membros da Secretaria de Gestão e Planejanto (Segplan) e Secretaria da Fazenda (Sefaz). Servidores da universidade também tem integrado as discussões.

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