O governador Ronaldo Caiado, em uma reunião com empresários realizada na tarde da última terça-feira (22/07), apresentou as linhas de crédito disponibilizadas pelo Governo de Goiás para reduzir os efeitos financeiros resultantes da tarifa imposta pelos Estados Unidos ao Brasil. O evento ocorreu no Palácio das Esmeraldas e contou com a participação de representantes de diferentes setores goianos.
Goiás foi o primeiro estado a anunciar ações para aliviar os possíveis impactos do tarifaço proclamado pelo presidente Donald Trump, e contará com três fundos acessíveis às empresas afetadas. A primeira opção é o Fundo Creditório, uma nova linha de crédito estabelecida pelo Governo de Goiás para apoiar os segmentos da economia local que mais exportam para os Estados Unidos.Essa iniciativa foi antecipada pelo governador em suas redes sociais no último sábado (19/07) e beneficia o setor produtivo a partir do mês de agosto, com a previsão de disponibilização de pelo menos R$ 628 milhões em créditos relacionados ao Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS) que poderão ser utilizados como garantia para o acesso a essa linha de crédito.
Para essa modalidade, estão alocados R$ 314 milhões em créditos de ICMS, além de outros R$ 314 milhões provenientes de parceiros do mercado financeiro que desejam investir no fundo. A proposta será formalmente apresentada em um leilão na Bolsa de Valores B3, em São Paulo, no dia 5 de agosto.
A taxa de juros estabelecida para essa nova medida será de 10% ao ano, sendo pelo menos três pontos percentuais inferior às taxas das linhas subsidiadas por programas federais, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Plano Safra e fundos constitucionais.
A segunda alternativa que foi apresentada pelo governador é a utilização do Fundo de Equalização para o Empreendedor (Fundeq), um fundo público de natureza financeira vinculado à Goiás Fomento, criado em 2020 durante a pandemia de covid-19, com a finalidade de fornecer recursos financeiros para subsidiar o pagamento de encargos em operações de crédito.
A terceira opção é o uso do Fundo de Estabilização Econômica do Estado de Goiás, que atua como uma reserva financeira que pode ser utilizada em períodos de crise econômica visando assegurar a continuidade dos serviços essenciais.
Medidas
Caiado enfatizou que o setor empresarial sempre foi um parceiro do governo e desempenha um papel fundamental nas conquistas alcançadas na gestão, consolidando Goiás como uma referência em liquidez, educação, saúde, segurança e programas sociais. O governador também mencionou que o objetivo do encontro é juntar entidades de classe e poderes para, em conjunto, buscar soluções para os desafios enfrentados.
As empresas que se interessam por essas soluções devem proceder com a solicitação junto à Secretaria-Geral do Governo (SGG) e, como contrapartida, devem comprometer-se a manter os empregos durante o período de acesso ao crédito.
A meta é salvaguardar a economia regional dos efeitos das tarifas adicionais de 50% impostas sobre commodities como soja, carne e produtos de aço.
De acordo com o Instituto Mauro Borges (IMB), os recursos obtidos serão aplicados em investimentos novos e na expansão da capacidade de produção, além de poderem ser utilizados como capital de giro, visando manter os negócios operacionais durante períodos de baixa nas vendas.
As atividades econômicas que serão atendidas abarcam a extração e o processamento de minerais, a agricultura (incluindo o cultivo de café, algodão e soja), a indústria alimentícia, a pesquisa científica, a criação de gado, entre outras.
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