Acorda cedo, mora num lugar bastante inseguro para ele e sua família, porque sua remuneração não permite outro melhor, toma o café, veste sua roupa, despede-se da mulher, sempre preocupada com a segurança dele, em seguida dos filhos, procurando não demonstrar uma certa preocupação, por não saber se vai voltar mais tarde para o lar.

Passa o dia incerto, diferente de todos os outros dias, num meio altamente negativo, pesado, arriscando a vida diariamente, sem os meios e instrumentos extremamente necessários, desaparelhado mesmo, sob uma pressão incrível da imprensa e dos meios sociais que busca defender, mas absurda e inacreditavelmente adversos ao seu trabalho, perseguido pelas comissões de direitos humanos, que aguardam o menor deslize seu para sacrifica-lo abertamente, submetido a tensões diárias enlouquecedoras nos conflitos incessantes contra todos os tipos de traficantes, quadrilhas, assassinos, ladrões, vagabundos e bandidos de todas as classes e raças.

Balas por todos os lados e ele lá, para defender a ordem pública, com as mínimas condições para desenvolver suas atividades, com a imagem volta e meia de seus familiares na cabeça.

Sem hora para voltar, chega em casa com os nervos em frangalhos, frustrado, esgotado por mais um dia pelas ruas e avenidas da vida, coberto de ingratidões e até desprezo dos semelhantes, sem saber se aquele dia valeu a pena, sem conseguir desligar-se das terríveis lutas que enfrentou. Ele é o trabalhador policial, atacado de todos os lados e maneiras, principal e hipocritamente pela sociedade que defende.

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