O Ministério Público desencadeou na manhã de hoje (02/09/2022) a operação denominada “PEDRA DE ROSETA”, cujo objetivo foi desbaratar e responsabilizar uma organização criminosa que “sequestrou” a prefeitura de Formosa entre os anos de 2017 e 2018, instalada nas Secretarias de Obras e de Finanças, dirigidas respectivamente pelos investigados JORGE SAAD NETO e LUÍS GUSTAVO NUNES ARAÚJO, o “GUTO ARAÚJO”. Os denunciados era da gestão anterior da prefeitura.

Foram cumpridos 08 (oito) mandados de busca e apreensão (sete em Formosa e um no DF) em face dos dois exsecretários, bem como dos também servidores da Secretaria de Obras TARLLEY IAMARO DE ARAÚJO e DIEGO PEREIRA DE SOUSA, da ex-pregoeira chefe ALINE APARECIDA DA SILVA, e dos empresários VANESSA MARIS ARAÚJO FERNANDES e ANDRÉ LUÍS GONTIJO DE SOUSA, proprietários da empresa MULTI X. 

O MP descobriu, por meio de quebras de sigilo judicialmente autorizadas e com colaboração premiada já homologada de empresário do ramo da construção civil, que para a realização de obras por parte da empresa do colaborador era exigido o pagamento de 20% a 25% de propina aos envolvidos na organização criminosa, que contava com uma estrutura hierarquizada, divisão definida de tarefas e um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro por meio de compra, reforma e venda de imóveis residenciais e empresarial, além de cabeças de gado, e registros de propriedade em nome de “laranjas”. Também veio à tona durante as apurações um esquema de cobertura fraudulenta mútua de empresas durante a realização dos pregões para contratação das obras, com direcionamento a determinados empresários e empresas. O prejuízo aos cofres públicos estimado até o momento supera os 15 (quinze) milhões de reais. 

As investigações terão prosseguimento para identificar e responsabilizar outros envolvidos, recuperar o prejuízo ocasionado e chegar até o possível chefe da organização criminosa e principal favorecido com os desvios. As buscas foram autorizadas pelo Juízo da 1ª Vara de Crime Organizado e Lavagem de Capitais de Goiânia/GO, e contaram, em seu cumprimento, com apoio de equipes da Polícia Civil. Em caso de condenação pelos crimes a eles atribuídos, de organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude a licitação, falsidade ideológica e corrupção, estão sujeitos a penas superiores a 20 anos de cadeia. 

O nome da operação, “PEDRA DE ROSETA”, é uma referência ao fragmento de rocha arqueológico encontrado em Roseta, cidade do Egito, no final do século XVIII, onde foram identificadas inscrições do mesmo texto entalhadas em grego arcaico e em hieróglifos, e por meio da qual foi possível aos estudiosos descobrir a gramática e decifrar os textos escritos pelos antigos egípcios. 

Fonte: MPGO

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